Em comunicado, a agência da ONU citou o caso preocupante de aumento da incidência de sarampo na região.
Mais de 70% dos casos em não vacinados
Foram 10.139 casos somente até 8 de agosto. Um aumento de 34 vezes se comparado ao número de notificações da doença em 2024. A Opas informa que 18 pessoas morreram de sarampo em 10 países somente este ano.
Para os especialistas da agência de saúde, os surtos devem-se à baixa cobertura vacinal. E os dados confirmam que 71% dos casos ocorreram em pessoas que não estavam imunizadas. Em 18% das notificações, a situação da vacina era desconhecida.
No ano passado, a primeira dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola, MMR, nas Américas atingiu 89% (dois pontos percentuais a mais do que em 2023), enquanto a segunda dose aumentou de 76% para 79%.
Canadá, México e EUA lideram
No entanto, esses níveis permanecem abaixo dos 95% recomendados para prevenir surtos colocando em risco milhões de pessoas.
O médico Daniel Salas, gerente executivo do Programa Especial de Imunização Integral, lembra que o sarampo pode ser evitado com duas doses de uma vacina. Canadá, México e Estados Unidos lideram o número de casos de sarampo nas Américas.
No Brasil, foram notificados 17 casos confirmados. O México tem o maior número de mortes com 14 pessoas, seguido dos Estados Unidos com três e Canadá com um óbito.
A Opas afirma que os surtos estão associados a dois genótipos do vírus do sarampo. Um foi identificado em oito países, principalmente entre comunidades menonitas no Canadá, Estados Unidos, México, Belize, Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai.
Brasil com casos no Tocantins
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que se espalha rapidamente entre populações não vacinadas, especialmente crianças. Já no México, as comunidades indígenas foram as mais afetadas, com uma taxa de letalidade 20 vezes maior do que na população em geral.
Nos Estados Unidos, os surtos ocorreram em 41 distritos, principalmente entre populações menonitas subvacinadas, embora nenhum novo caso tenha sido relatado no Texas ou no Novo México desde o final de julho. O Brasil relatou 16 casos no Tocantins, vinculados ao surto regional.
A Organização Pan-Americana da Saúde recomenda aumentar a vacinação para pelo menos 95% da população com duas doses, reforçar os sistemas de resposta rápida para conter surtos rapidamente, ampliar as estratégias de vacinação, passando de abordagens seletivas para campanhas em massa em áreas de surto e alto risco, com base na situação epidemiológica e na movimentação populacional, garantir a detecção oportuna e a confirmação laboratorial dos casos, e envolver as comunidades em risco para melhorar a educação em saúde e combater a hesitação em relação à vacinação.
Crianças de 6 a 11 meses
Por enquanto, a agência não recomenda restrições de viagem, mas aconselha os viajantes a garantirem a vacinação, especialmente ao visitar áreas com surtos ativos.
Isso inclui crianças de 6 a 11 meses, que geralmente não são cobertas por programas de imunização de rotina, mas devem receber proteção precoce em contextos de surto.
As Américas interromperam a transmissão endêmica do sarampo em 2016, um marco único em nível global. Embora a transmissão endêmica tenha reaparecido na Venezuela e no Brasil em 2018 e 2019, ambos os países recuperaram o status de eliminação em 2023 e 2024, respectivamente.
No entanto, manter o sarampo sob controle nas Américas continua sendo um desafio, visto que o vírus continua a circular amplamente em outras partes do mundo e grupos hesitantes em vacinar estão espalhados por toda a região.
Fonte: ONU