Quinta-feira (02), o Ministério das Finanças (MF) promoveu na cidade de Nampula uma sessão de auscultação pública sobre a proposta da criação do Banco de Desenvolvimento de Moçambique (BDM).A iniciativa insere-se no compromisso do Executivo de implementar soluções financeiras inovadoras e sustentáveis que respondam aos desafios estruturais do país e garantam um desenvolvimento económico inclusivo.
A sessão, orientada pelo Coordenador de Reformas Económicas no MF, João José Macaringue em representação da Ministra das Finanças, contou com a presença do Governador da Província de Nampula, Salimo Abdula, Secretário do Estado na Província de Nampula, Plácido Pereira, Presidente da Assembleia Provincial, Eduardo Maria Matula e de autoridades locais, representantes do sector privado, sociedade civil, instituições académicas e parceiros de cooperação.
Na abertura da sessão, João Macaringue destacou que a criação do BDM surge como resposta às limitações actuais do sistema financeiro nacional. Sublinhou que, embora os bancos comerciais desempenhem um papel essencial, a sua natureza de curto prazo não permite financiar projectos estruturantes que exigem maturação entre 5 a 20 anos.“O Banco de Desenvolvimento terá como missão apoiar investimentos transformadores em sectores estratégicos como infraestruturas, agricultura, indústria, energia, educação e turismo, que constituem os pilares de um crescimento sustentável e inclusivo”, afirmou o responsável.
Segundo o representante, o novo banco deverá nascer com uma estrutura acionista diversificada, combinando recursos nacionais e internacionais, de forma a assegurar previsibilidade, transparência e segurança jurídica. “A diversidade acionista reduzirá riscos de gestão e permitirá maior estabilidade, evitando a dependência exclusiva de financiamento interno”, acrescentou.
Coube ao Governador de Nampula, Salimo Abdula, realçar que a província,por sinal , a mais populosa do país e detentora de vastos recursos agrícolas, turísticos, industriais e mineiros, carece de instrumentos financeiros que possam impulsionar a economia local.
“Nampula tem condições para se tornar um dos motores do crescimento nacional. Contudo, precisamos de mecanismos adequados de financiamento para acelerar o investimento, gerar emprego para os jovens e garantir prosperidade para as famílias. O BDM será um parceiro estratégico nesse processo”,afirmou.
Durante a sessão, foi ainda sugerida a possibilidade de descentralizar a sede da futura instituição para Nampula, como sinal do compromisso do Governo em garantir que o desenvolvimento chegue a todas as províncias e que nenhuma região fique para trás.
Os participantes no evento destacaram a importância dos bancos em adoptar princípios de governação transparente, acesso equitativo ao crédito, capacitação técnica e institucional, bem como a articulação com os governos provinciais e locais para que os investimentos estejam alinhados com as estratégias de desenvolvimento territorial.
Por seu turno, os representantes da sociedade civil e do sector privado sublinharam que o banco deverá apoiar também pequenas e médias empresas, fornecendo não só financiamento, mas igualmente assistência técnica e acompanhamento, de forma a estimular a inovação e a criação de empregos.
Fonte: MEF
