Início Economia Financiamento ao terrorismo: Mais de 458 milhões de meticais usados para recrutar...

Financiamento ao terrorismo: Mais de 458 milhões de meticais usados para recrutar e sustentar grupos armados em Cabo Delgado

0
Foto: diarioeconomico

Por: Gentil Abel

Segundo o Relatório de Análise Estratégica do Gabinete de Informação Financeira de Moçambique (GIFIM), refere que entre 2017 e 2024 foram movimentados mais de 450 milhões de meticais para o financiamento de acções terroristas no país.

O documento, identificado com a referência 05/ERA/SAIP/GIFIM/2025, indica que, no período em análise, circularam mais de 458,6 milhões de meticais, equivalentes a cerca de 7 milhões de dólares, destinados ao recrutamento de terroristas e ao custeio da logística de grupos armados.

De acordo com o relatório, os financiadores assumiam a identidade de comerciantes e agentes de moeda eletrónica, o que lhes permitia movimentar valores significativos através do sistema bancário e de serviços financeiros móveis. Os falsos operadores dissimulavam a finalidade das transações, armazenando e transferindo dinheiro para indivíduos suspeitos de pertencerem a organizações terroristas.

As províncias de Cabo Delgado, Zambézia, Nampula, Sofala, Manica e a Cidade de Maputo foram identificadas como as que mais registaram movimentações financeiras associadas ao terrorismo no período em referência.

O (GIFIM) acrescenta ainda que na lista de entidades suspeitas constam clientes de instituições financeiras, comerciantes residentes em zonas afectadas pelo terrorismo, funcionários públicos, alguns membros de organizações sem fins lucrativos e empresas privadas.

O relatório sublinha que os fundos utilizados têm origem em fontes ilícitas, incluindo o comércio de produtos alimentares, pesca, serviços de moeda eletrónica, venda a retalho de combustíveis e lubrificantes, extração e comércio ilegal de metais preciosos e tráfico de drogas. Entre os crimes precedentes ao financiamento do terrorismo, o documento aponta assaltos a bancos, contrabando de armas e munições, contrabando de madeira, crimes contra a segurança do Estado, corrupção, pirataria marítima, sequestros e garimpo ilegal.

Na sua conclusão, o relatório apresenta indicadores de suspeição, como o abandono do país por parte de gestores, encerramento repentino de empresas do sector de distribuição, integração irregular de combustíveis, recebimento de fundos a partir de contas domiciliadas no exterior sem correspondência com o perfil financeiro dos beneficiários, além do registo intencional de beneficiários fictícios em operações bancárias.

 

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!

Exit mobile version