Este é o terceiro dia consecutivo em que palestinos são alvejados enquanto tentam receber comida distribuída pela “Fundação Humanitária de Gaza”.
Mecanismo militarizado de ajuda humanitária
O alto-comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, declarou que ataques mortais a civis esperando para receber “quantidades irrisórias” de ajuda alimentar é algo “inconcebível”.
Em nota, ele pediu uma “investigação rápida e imparcial” sobre cada um desses ataques, e medidas de prestação de contas.
Turk enfatizou que ataques dirigidos contra civis “constituem uma grave violação do direito internacional e um crime de guerra”.
Segundo ele, os palestinos estão diante da “mais sombria das escolhas”: morrer de fome ou correr o risco de serem mortos enquanto tentam acessar a escassa comida oferecida por meio do “mecanismo militarizado de assistência humanitária de Israel”.
Para Turk, isso põe vidas em risco e viola os padrões internacionais de distribuição de ajuda, como as Nações Unidas alertaram repetidamente.
Obrigações internacionais não estão sendo cumpridas
Ele adicionou que o “impedimento intencional de acesso a alimentos e outros suprimentos de socorro vitais para civis pode constituir um crime de guerra”.
Em 2024, a Corte Internacional de Justiça, CIJ, considerou que havia um risco real e iminente de prejuízo irreparável aos direitos dos palestinos em Gaza sob a Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.
O Tribunal emitiu ordens vinculantes para que Israel tome todas as medidas necessárias e eficazes para garantir, sem demora, o fornecimento desimpedido de serviços básicos e assistência humanitária.
Turk afirmou que não existem justificativas para que o país deixe de cumprir essas obrigações.
Falando a jornalistas em Genebra, o porta-voz do Escritório de Direitos Humanos, Jeremy Laurence afirmou que uma série de ações de Israel também constituem elementos dos crimes mais graves segundo o direito internacional.
Dentre elas estão a ameaça de fome, assassinatos de civis, destruição em grande escala, deslocamentos forçados, retórica intolerante e desumanizante e ameaças da liderança israelense de esvaziar a Faixa de Gaza.
Fonte: ONU