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Mercados globais reagem a sinais mistos com queda de acções e dólar forte

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Os mercados financeiros enfrentam uma segunda-feira turbulenta, com as ações na Ásia a recuarem amplamente enquanto o dólar atinge máximos de 14 meses. Estas movimentações refletem as preocupações dos investidores após um relatório de emprego forte nos Estados Unidos, que elevou os rendimentos dos títulos do Tesouro e gerou incerteza sobre a política monetária da Reserva Federal (Fed).

Impacto do Relatório de Emprego e expectativas para a inflação

O relatório de emprego norte-americano, divulgado na última sexta-feira, destacou um mercado de trabalho robusto, o que alimenta a possibilidade de a Fed suspender cortes adicionais nas taxas de juro. Esta perspetiva levou os rendimentos dos títulos do Tesouro a 10 anos a atingirem 4,79%, o nível mais alto em 14 meses, ao passo que os futuros do S&P 500 e do Nasdaq recuaram 0,4% e 0,5%, respetivamente.

Os investidores estão agora atentos aos números da inflação nos EUA, previstos para 15 de janeiro. Qualquer aumento acima do esperado no núcleo do índice de preços ao consumidor poderá reforçar uma postura mais rígida da Fed, dificultando ainda mais as condições de crédito para empresas e consumidores.

O Petróleo e o Dólar no centro das preocupações

Os preços do petróleo continuaram a subir, atingindo máximos de quatro meses devido à diminuição das exportações de crude da Rússia, agravada pelas sanções adicionais dos Estados Unidos. O Brent aumentou para 80,94 dólares por barril, enquanto o petróleo norte-americano alcançou 77,84 dólares por barril.

O dólar, beneficiando-se do aumento nos rendimentos dos títulos, fortaleceu-se ainda mais. O euro caiu para o seu nível mais baixo desde novembro de 2022, enquanto a libra esterlina recuou para mínimos de 14 meses, pressionada por preocupações sobre possíveis aumentos nos níveis de endividamento do Reino Unido.

Dados chineses e tensão comercial com os EUA

Na China, as exportações surpreenderam com um crescimento de 10,7% em dezembro, enquanto as importações recuperaram 1%. Apesar dos dados positivos, o aumento do excedente comercial com os EUA intensifica os apelos por tarifas mais severas sobre os produtos chineses, especialmente numa altura em que se espera que a nova administração norte-americana adote uma postura comercial mais agressiva.

Simultaneamente, o Banco Central da China tomou medidas para estabilizar o yuan, flexibilizando regras para empréstimos offshore e emitindo advertências sobre a moeda, à medida que o país enfrenta crescentes pressões económicas e comerciais.

Perspectivas de médio prazo

Com os mercados globais a enfrentarem uma combinação de sinais económicos divergentes, os próximos dias serão cruciais para determinar o rumo das políticas monetárias e comerciais das principais economias. Os preços do petróleo e as expectativas para a inflação nos EUA desempenharão um papel determinante na definição da trajetória económica para 2025, num cenário já marcado por incertezas e riscos geopolíticos.

Fonte: O Económico

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