De acordo com o jornal O País, o peixe capturado de forma ilegal em águas moçambicanas tem como destino final países europeus, onde encontra procura consistente e preços elevados. Esta realidade representa não apenas uma drenagem de recursos naturais estratégicos, mas também um obstáculo ao esforço do Governo de transformar o potencial marítimo em riqueza interna sustentável.
O Instituto Nacional da Marinha (INAMAR) lançou, esta quarta-feira, uma campanha de fiscalização rigorosa no distrito de Angoche, província de Nampula. A operação tem como objectivo apertar o cerco contra os pescadores ilegais, bem como combater o uso de redes nocivas que comprometem a reprodução e a diversidade das espécies marinhas.
Durante a acção de fiscalização, foram reportadas detenções de indivíduos envolvidos em práticas ilícitas, assim como momentos de distúrbio protagonizados por grupos de pescadores. A situação escalou ao ponto de as autoridades marítimas terem recorrido a disparos para repor a ordem.
Especialistas alertam que a pesca ilegal não é apenas um problema económico, mas também ambiental e social, pois compromete o sustento de comunidades costeiras que dependem da pesca artesanal. Além disso, retira ao Estado receitas essenciais que poderiam ser aplicadas em sectores prioritários, como saúde, educação e infra-estruturas.
O Governo moçambicano considera a luta contra a pesca ilegal como parte central da estratégia de economia azul, reconhecendo que a preservação e a exploração sustentável dos recursos marinhos são fundamentais para o crescimento económico inclusivo e para a protecção da soberania nacional sobre as águas territoriais.
Fonte: O Económico