Por: Gelva Anibal
O Padel é um desporto de raquete jogado em pares, com quatro pessoas em campo, que combina elementos do ténis e do squash. É praticado num campo fechado com paredes de vidro, o que permite que a bola continue em jogo após tocar nas paredes, criando uma dinâmica rápida e imprevisível. Ainda pouco conhecido em Moçambique, o Padel já reúne praticantes de várias idades e nacionalidades, promovendo convívio e inclusão. Rui Rocha, sócio do Play Padel e entusiasta da modalidade, partilhou a sua visão sobre o impacto e o futuro deste desporto.
“É um desporto extremamente interessante porque joga-se em pares. Isso faz com que o aspecto social esteja sempre presente, já que, conhecendo-se ou não, acaba por existir um convívio e até amizades. É exatamente isso que torna o Padel tão especial. Qualquer pessoa pode jogar, seja com senhoras ou senhores, jovens e crianças. Cria-se sempre um ambiente muito saudável”, explica Rui Rocha.
Entre as diferenças em relação ao ténis, o sócio destaca a presença das paredes de vidro. “No Ténis, se a bola bateu duas vezes no chão, acabou o ponto. No Padel, se a bola bate no vidro, o jogo continua. O campo é mais pequeno, medindo 20 por 10 metros, o que mantém o jogo em constante movimento. Só quem experimenta percebe realmente a emoção que o Padel traz”, afirma.
Para quem deseja iniciar-se na modalidade, os requisitos são mínimos. “Basta ter uma raquete própria, feita geralmente em carbono, e bolas adequadas. Não é preciso mais nada. Qualquer pessoa pode aprender, desde crianças a partir dos seis anos até adultos. Temos participantes que vão dos 16 até aos 75 anos”, sublinha.
O Play Padel, localizado na Coop, em Maputo, tornou-se um espaço de lazer e aprendizagem. “Temos professores disponíveis todos os dias, para homens, mulheres e até crianças. As aulas decorrem de manhã e à tarde, e até disponibilizamos raquetes para os que querem experimentar pela primeira vez”, refere Rui Rocha.
Mais do que diversão, o Padel também representa exercício físico intenso. “Numa hora e meia de jogo, percorrem-se entre quatro e cinco quilómetros e queimam-se até 800 calorias. Quem joga mais, chega a percorrer 10 a 12 quilómetros. É um impacto enorme na saúde e na preparação física dos atletas”, garante.
Embora este desporto esteja presente há apenas três anos em Moçambique, a modalidade já apresenta sinais claros de crescimento. “Neste momento, existem cerca de mil praticantes em Maputo, distribuídos por nove campos. Também já há Padel na Matola, Inhambane, Beira e Pemba. Num torneio recente, tivemos 140 atletas, incluindo moçambicanos, portugueses, sul-africanos e argentinos. Isso mostra como a modalidade está a crescer rápido”, diz Rui Rocha.
Os torneios são parte essencial dessa expansão. “Este é já o segundo torneio do clube e queremos organizar dois ou três por ano. São torneios de uma semana, envolvendo muitos atletas. O objetivo é criar um ambiente competitivo saudável, em que os jogadores percebam a sua evolução e convivam entre si. É também uma oportunidade de mostrar o progresso de cada um, seja através das aulas, do treino ou da própria competição”, explica.
Para quem ainda tem curiosidade mas não deu o primeiro passo, Rui Rocha deixa um convite direto: “Venham experimentar. O Padel vicia. Quem joga uma vez dificilmente não volta. É uma modalidade em expansão, aberta a todos, e o nosso objetivo é que cada vez mais pessoas se juntem a esta comunidade. O Play Padel é o clube de eleição, e queremos que todos sintam a paixão pelo Padel”.
Com uma procura crescente, o sócio acredita que o futuro passa pela formalização da modalidade no país. “Mais cedo ou mais tarde teremos de criar a Federação Moçambicana de Padel, para dar sustentabilidade e maior crescimento. Só assim poderemos expandir para mais províncias e tornar o padel num desporto verdadeiramente nacional”.