Ouro atinge recorde histórico com fuga dos investidores para activos de refúgio

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O ouro atingiu o seu preço mais alto de sempre, ao ultrapassar os 3.167,57 dólares por onça, na quinta-feira, 03/04, impulsionado pela crescente incerteza nos mercados financeiros e comerciais globais, na sequência do agravamento das tensões comerciais provocadas pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

A decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de aplicar tarifas de 10% sobre todas as importações e de 60% sobre produtos chineses, provocou reacções imediatas nos mercados e uma corrida a activos considerados mais seguros. O ouro, tradicionalmente procurado em cenários de instabilidade política e financeira, beneficiou de uma procura acrescida por parte de investidores institucionais e bancos centrais.

Na sessão subsequente ao pico, o preço spot do ouro estabilizou em torno dos 3.132,69 USD, enquanto os contratos futuros para entrega em Junho fixaram-se em 3.155,00 USD.

Segundo analistas da Capital.com e da City Index, os movimentos de mercado estão a ser impulsionados por três factores principais:

Entre os principais factores estão: a fuga para activos de refúgio perante a escalada tarifária e os receios de uma nova guerra comercial; as expectativas de que a Reserva Federal venha a cortar as taxas de juro para mitigar os efeitos da desaceleração económica; e a movimentação estratégica de bancos centrais, que estão a diversificar reservas cambiais e a reforçar as suas posições em ouro.

Matt Simpson, analista da City Index, referiu que “o ouro está a ser empurrado por um momentum técnico que pode prolongar-se enquanto persistirem os sinais de instabilidade”. Já Kyle Rodda, da Capital.com, observou que “o posicionamento táctico dos investidores indica uma expectativa de correcção breve, mas com nova subida no médio prazo”.

Apesar da subida expressiva do ouro, outros metais preciosos registaram perdas: a prata caiu 2,6%, a platina 1,6% e o paládio 1,4%, reflectindo o abrandamento da procura industrial.

Os mercados continuam atentos à publicação iminente dos dados do “payroll” não-agrícola dos EUA, que poderão fornecer novas pistas sobre a trajectória da economia norte-americana e os próximos passos da política monetária da Fed.

O actual comportamento do ouro confirma o seu papel como barómetro da tensão macroeconómica global e activo de segurança num mundo em mutação geoeconómica.

Fonte: O Económico

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