Os preços do petróleo mantiveram a tendência de alta esta sexta-feira, 21/02, a caminho de um aumento semanal de cerca de 3%, impulsionados pela queda nos inventários de gasolina e destilados nos Estados Unidos e pelas preocupações com perturbações no fornecimento de petróleo da Rússia.
O Brent avançou 16 cêntimos (0,2%), para 76,64 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) subiu 17 cêntimos (0,2%), para 72,65 dólares.
Impacto da queda nos estoques dos EUA
A Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA) informou que os estoques de crude aumentaram na última semana, mas os inventários de gasolina e destilados caíram devido a manutenções sazonais nas refinarias, que reduziram o nível de processamento.
Segundo Toshitaka Tazawa, analista da Fujitomi Securities, a redução nos estoques de produtos refinados e as preocupações com o aperto no fornecimento russo estão a sustentar os preços do petróleo.
Tensões geopolíticas e sanções à Rússia
As expectativas sobre um possível acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia esfriaram, depois de Kiev endurecer a sua posição nas negociações. A incerteza geopolítica levou investidores a recomprar contratos de petróleo, numa expectativa de que as sanções sobre Moscovo possam continuar a limitar a oferta russa.
Durante a semana, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, reagiu com indignação a movimentações dos Estados Unidos e da Rússia para negociar um acordo sem a participação de Kiev, bem como às declarações do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que culpou a Ucrânia pelo início do conflito há três anos.
Entretanto, após um encontro com o enviado de Trump para a Ucrânia, Zelenskiy afirmou que a Ucrânia está pronta para negociar rapidamente um acordo sólido sobre investimentos e segurança com os EUA.
Já o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, indicou que a Rússia poderia obter algum alívio nas sanções norte-americanas caso demonstrasse disposição para negociar o fim da guerra.
Fornecimento russo pressionado por ataques e perturbações logísticas
As perturbações na oferta de petróleo também continuam a manter os preços elevados. A Rússia anunciou que os fluxos de petróleo no Consórcio do Oleoduto do Cáspio (CPC), uma das principais rotas de exportação de crude do Cazaquistão, foram reduzidos em 30% a 40% na terça-feira, após um ataque de drones ucranianos a uma estação de bombagem.
Apesar dos danos na infra-estrutura, fontes do sector indicam que o Cazaquistão conseguiu bombear volumes recorde de petróleo, embora não esteja claro como conseguiu aumentar a produção sem expandir a capacidade dos oleodutos de exportação.
Perspectivas para os preços do petróleo
A combinação entre a redução dos estoques de produtos refinados nos EUA, as incertezas sobre um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia e os ataques a infra-estruturas russas de petróleo reforçam as previsões de que o mercado petrolífero continuará sob pressão de factores geopolíticos e de oferta.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Caso a procura nos Estados Unidos se mantenha robusta e as sanções contra a Rússia não sejam aliviadas, os preços do petróleo poderão permanecer em tendência de alta nas próximas semanas.
Fonte: O Económico