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Saturday, October 11, 2025
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Tuberculose matou 71 pessoas em Nampula em seis meses

Pelo menos 71 pessoas morreram com tuberculose no primeiro semestre deste ano, na província de Nampula, no Norte do país, um aumento homólogo de 5%, anunciaram as autoridades locais nesta quarta-feira.

“São 71 óbitos neste ano, no primeiro semestre. Se formos a fazer uma comparação com igual período do ano anterior, tivemos um ligeiro aumento de 5%, porque na mesma altura, no ano passado, registámos perto de 60 casos”, disse o chefe do departamento de saúde pública na Direcção Provincial de Saúde, Jaime Miguel, citado pelo Notícias ao Minuto.

Segundo o responsável, a província registou, em igual período do ano passado, 6935 casos de tuberculose, e as autoridades pedem às populações para redobrarem os esforços na prevenção.

Jaime Miguel avançou que os casos de tuberculose têm mais incidência nos distritos de Nampula, Mogovolas, Eráti e Liúpo.

Uma das causas para o aumento dos casos, de acordo com Miguel, é a fraca cobertura provincial no rastreio e tratamento de casos de tuberculose nas comunidades, sobretudo com a saída da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) que apoiava organizações locais no combate a doença.

“Temos algumas comunidades que não têm cobertura dos activistas, e, tendo em conta o nosso rácio de técnico de saúde, unidade sanitária e população, existem pessoas que percorrem quilómetros para chegar a uma unidade sanitária”, explicou Jaime Miguel.

Outrossim, segundo o chefe do departamento de saúde pública naquela província, “o facto de não conseguirmos fazer o seguimento dos casos nas comunidades contribui, porque os casos que chegam nas unidades sanitárias são casos graves”.

Recentemente foram divulgados dados sobre a doença em Moçambique, que indicavam para 48 mil casos de tuberculose no primeiro semestre deste ano, com as autoridades de saúde a apontarem para a falta de financiamento como uma das causas do aumento dos casos da doença no país.

“Moçambique continua a enfrentar uma elevada carga desta doença, muitas vezes associada ao HIV, afectando gravemente, principalmente, as populações mais vulneráveis”, disse em Julho passado o Secretário Permanente do Ministério da Saúde, Ivan Manhiça.

Recorde-se que o Governo norte-americano anunciou, no passado dia 01 de Julho, o encerramento definitivo da USAID, fundada em 1961, com o objectivo de prestar apoio humanitário internacional, com financiamentos significativos na área da saúde em Moçambique. 

Um dia antes do anúncio do encerramento da USAID, ou seja, a 30 de Junho, as autoridades sanitárias moçambicanas tinham recebido dois milhões de doses da vacina contra a tuberculose (BCG), suficientes para seis meses, após um período de ruptura, para administração em bebés até 23 meses.

De acordo com a Associação de Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP), uma organização não-governamental internacional, mais de 108 mil pessoas receberam tratamento contra tuberculose desde 2019 em 50 distritos das províncias de Zambézia, Sofala, Tete e em Nampula, no Norte e Centro de Moçambique.

Segundo a ADPP, entre 2019 e 2024, do total dos 108 242 casos notificados e tratados no país, 10 547 eram crianças.

Fonte: O País

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