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Saturday, December 13, 2025
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Mundo tem mais mortes por minas terrestres em meio a cortes de fundos

Resumo

O legado mortal das minas terrestres e explosivos não detonados continua a causar vítimas em várias regiões afetadas por conflitos. Profissionais alertam que a desminagem é uma resposta humanitária de emergência, não apenas uma iniciativa de recuperação a longo prazo. No Afeganistão, 77% das vítimas de explosivos no último ano foram crianças, com uma média de 54 mortes por mês devido a explosivos remanescentes da guerra. A capacidade de desminagem no país diminuiu drasticamente, de 15 mil trabalhadores em 2011 para cerca de 1,3 mil atualmente. No Sudão, o risco para os civis que regressam a Cartum aumenta devido à contaminação por explosivos não detonados, com relatos de minas terrestres em El Fasher, tornando o acesso extremamente difícil e agravando a ameaça à população.

O legado mortal das minas terrestres e de outros explosivos não detonados continua fazendo vítimas em várias regiões afetadas por conflitos. Ao mesmo tempo, mais cortes de fundos ameaçam os programas essenciais.

À margem de uma reunião internacional sobre ação contra minas, realizada na ONU em Genebra, profissionais do setor reforçaram que a desminagem não é apenas uma iniciativa de recuperação a longo prazo, mas uma resposta humanitária de emergência.

Crianças no Afeganistão entre as principais vítimas

De acordo com o relatório “Monitor de Minas Terrestres”, 77% de todas as vítimas de engenhos explosivos no Afeganistão no último ano foram crianças. Em média, 54 pessoas morrem todos os meses no país devido a explosivos remanescentes da guerra, colocando o Afeganistão como a terceira nação com maior índice de vítimas no mundo.

Especialistas explicaram que muitas das vítimas são rapazes que cuidam de rebanhos em áreas rurais e acabam por manipular objetos desconhecidos.

Apesar da enorme necessidade de operações de limpeza, a capacidade de desminagem reduziu de forma drástica, passando de 15 mil trabalhadores em 2011 para cerca de 1,3 mil atualmente. Desde 1999, foram registadas 30.154 crianças vítimas de explosivos no país.

Um menino na região de Kharkiv, na Ucrânia, está sentado em frente a uma placa que diz “Perigo de Minas”.
Unicef/Olena Hrom

Um menino na região de Kharkiv, na Ucrânia, está sentado em frente a uma placa que diz “Perigo de Minas”.

Perigo crescente no Sudão

No Sudão, os riscos aumentam para os civis que regressam a Cartum, onde há grande contaminação por explosivos não detonados.

Atualmente, apenas cinco grupos do Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas estão em operação no país, todas concentradas na capital devido à gravidade da situação.

Em El Fasher, o acesso continua “extremamente difícil” após mais de 500 dias de cerco e combates intensos. Há relatos da presença de minas terrestres, o que agrava ainda mais a ameaça à população.

Em Cartum, os funcionários conseguiram limpar a pista do principal aeroporto, abrindo a esperança de facilitar, no futuro, o envio de ajuda humanitária.

Risco elevado para deslocados na Nigéria

Na Nigéria, equipas de desminagem alertam que comunidades deslocadas, forçadas a regressar devido ao encerramento de campos, correm sérios riscos ao retornar para áreas ainda contaminadas.

Cerca de 80% das vítimas civis registadas ocorreram em 11 das 15 zonas de retorno.

Como resposta, foram realizados treinamentos com forças de segurança, polícia e agentes da defesa civil para educação sobre riscos. A estratégia tem permitido que comunidades comuniquem rapidamente a presença de objetos suspeitos às autoridades.

Remoção de minas terrestres no Iraque
Icbl/Sean Sutton

Remoção de minas terrestres no Iraque

Perigo extremo em Gaza

Na Faixa de Gaza, após dois anos de combates intensos entre forças israelenses e o Hamas, o nível de contaminação por explosivos é descrito como absolutamente imenso.

Esta realidade ameaça diretamente os civis e dificulta as operações humanitárias, a recuperação e a reconstrução.

Pessoas continuam a ser feridas ao realizar atividades básicas do dia a dia, enquanto muitas famílias não têm outra opção senão abrigar-se em áreas suspeitas de conter explosivos, por falta de alternativas seguras.

Cisjordânia e apelo global por ação urgente

Na Cisjordânia, o risco de contaminação por engenhos explosivos aumenta em campos de refugiados, centros urbanos e zonas rurais densamente povoadas.

Comunidades locais são obrigadas a viver lado a lado com resíduos letais da guerra, o que eleva drasticamente o perigo para a população civil.

O secretário-geral da ONU lançou, em junho de 2025, uma campanha global para reforçar o desarmamento humanitário e acelerar a ação contra minas. O objetivo é proteger civis, especialmente crianças, que representaram 46% das vítimas em 2024.

Especialistas alertam que, sem novos compromissos financeiros urgentes, vários programas de desminagem poderão ser suspensos já em março, colocando milhões de pessoas em risco imediato.

Fonte: ONU

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