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Construir em Moçambique

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Como obter licença de construção em Moçambique

A licença de construção é um documento obrigatório para qualquer obra particular em Moçambique, seja para edificar uma moradia, loja, prédio ou outra infraestrutura. O processo é regulado pelo Regime de Licenciamento de Obras Particulares, que estabelece etapas, requisitos e prazos a serem cumpridos pelos cidadãos e empresas que pretendem construir.

De forma geral, o procedimento inicia-se com a obtenção do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT), documento que legitima a ocupação do terreno. Sem este título, não é possível avançar para o pedido de licença de construção.

Uma vez garantido o DUAT, o interessado deve apresentar o pedido junto ao Conselho Municipal ou Administração Distrital, conforme a localização do terreno. O processo exige a entrega de um conjunto de documentos, entre os quais:

  • Requerimento dirigido à entidade competente;
  • Cópia do DUAT ou contracto de cessão do espaço;
  • Projecto de arquitetura e especialidades (assinado por técnicos credenciados);
  • Declaração do pagamento das taxas iniciais de apreciação;
  • Identificação do requerente ou da empresa responsável pela obra.

Após a submissão, o processo passa pela análise técnica, onde se verifica a conformidade do projeto com o plano de urbanização e normas de segurança. Caso haja necessidade de correções, o requerente é notificado para ajustar o projeto.

A decisão final é emitida em forma de alvará de licença de construção, que autoriza o início das obras. A validade do documento varia conforme a dimensão do projeto, mas geralmente é concedida para um prazo inicial de um a dois anos, com possibilidade de renovação.

É importante notar que iniciar obras sem licença constitui uma infração, sujeita a multas, embargos e até demolição. Por isso, antes de construir, o cidadão deve garantir que todas as etapas legais foram devidamente cumpridas.

Construir

O sector de construção em Moçambique encontra-se diante de desafios significativos, incluindo barreiras políticas e institucionais como a burocracia e a escassez de financiamento, além de limitações humanas e tecnológicas, como a carência de trabalhadores qualificados, e dificuldades económicas, exemplificadas pelo mercado imobiliário que ainda não atingiu seu pleno potencial. Enquanto o acesso ao mercado formal é restrito a uma minoria e uma grande parcela dos materiais de construção é importada, a população em geral recorre a métodos e materiais não regulamentados, resultando em habitações de qualidade inferior e aumentando o risco de problemas estruturais a longo prazo.

O crescimento deste sector é crucial, não apenas para atender às necessidades habitacionais, mas também para impulsionar a economia: a expansão da construção civil poderia criar mais de 100 mil empregos directos anualmente até 2050, com um impacto ainda maior na geração de empregos indirectos.

Incorporadores imobiliários/empresas de construção civil

Existem aproximadamente 2.500 empresas formais de construção (cerca de 65% no sector imobiliário).

  • Empresas de construção de infra-estrutura pública: Aproximadamente 7% das empresas de construção no país são consideradas aptas a realizar obras de infra-estrutura pública.
  • Empresas de fornecimento de material de construção –  há cerca de 180 empresas formais fornecedoras de materiais em Moçambique.
  • Correctoras/agentes imobiliários – há agentes de imóveis de diferentes escalas e propósitos em todo o país, entretanto, não há números desse mercado disponíveis.
  • Empresas de consultoria – fornecem serviços em vários campos, desde engenharia até programas de regularização de terras.

Cidadãos/moradores

São a espinha dorsal do sector habitacional em Moçambique, onde a autoconstrução é a norma. Eles não apenas financiam e erguem suas próprias moradias, mas também são activos no fomento ao desenvolvimento local e urbano. As comunidades, organizadas ou não em associações, têm um papel vital no desenvolvimento habitacional e urbano, apoiando na alocação de terrenos, fornecendo assistência técnica e impulsionando projectos comunitários, como a gestão de infra-estruturas hídricas em zonas rurais. Os chefes de bairro são figuras de liderança respeitadas, cujas opiniões influenciam significativamente o desenvolvimento habitacional e urbano. Além disso, as Associações Rotativas de Poupança e Crédito (ARPCs), ou “xitique” como são conhecidas localmente, representam um sistema tradicional de poupança e empréstimo colectivo, desempenhando um papel crucial no financiamento da construção de habitações no país.

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