A nova fase da GAPI: mais inclusão e inovação
Ao assinalar 35 anos, a GAPI inicia um novo ciclo, centrado na expansão da sua rede de financiamento e na criação de soluções digitais para o acesso ao crédito. O Presidente do Conselho de Administração, Rafael Uaiene, destacou que a instituição já financiou mais de 202.650 créditos nos últimos cinco anos, mas reconhece que o montante ainda é insuficiente para responder às necessidades das MPMEs.
“O nosso objectivo é expandir a inclusão financeira e garantir que o financiamento não seja apenas um acto pontual, mas sim um processo sustentável que capacite os empresários a gerir os seus negócios com eficiência. Para isso, combinamos crédito, capacitação e desenvolvimento institucional”, afirmou Uaiene.
A digitalização será um dos pilares fundamentais da nova estratégia da GAPI. “Hoje, os jovens fazem negócios através dos telemóveis. A digitalização da gestão financeira será uma componente indispensável na nossa actuação futura”, acrescentou o PCA.
Aposta na agricultura e na formalização da economia
A GAPI continuará a concentrar esforços no apoio ao sector agrícola, considerado a base do desenvolvimento económico do país. Segundo Uaiene, é fundamental garantir que os produtores tenham acesso a financiamento, novas tecnologias e mecanização agrícola, permitindo maior produtividade e sustentabilidade.
“A agricultura não é apenas uma actividade económica, mas também um pilar da segurança alimentar e do emprego. Continuaremos a apoiar agricultores no acesso a tecnologias modernas e a facilitar a mecanização”, reforçou o gestor.
Outra prioridade da instituição será a formalização de pequenos negócios, uma estratégia que tem sido implementada em diferentes regiões do país, incluindo Xiquelene e Buana. O objectivo é criar um ambiente mais estruturado para o crescimento de micro e pequenas empresas.
Incubox 2: impulsionar startups e empreendedorismo jovem
No evento, foi anunciado o lançamento do Incubox 2, um programa inovador para apoiar jovens empreendedores, desenvolvido pela GAPI em parceria com a Fundação Aga Khan e financiado pela União Europeia. A iniciativa será implementada em Nampula, Cabo Delgado e Niassa, com 12 incubadoras físicas para acelerar startups e criar empregos.
O programa tem como alvo jovens entre os 18 e 35 anos, oferecendo formação, assistência técnica e um fundo de arranque para que possam testar os seus negócios e formalizar as suas empresas. Durante os próximos 48 meses, o Incubox 2 prevê capacitar 1.080 startups, promover 250 estágios profissionalizantes e garantir que 40% das startups sejam lideradas por mulheres.
“O empreendedorismo jovem é fundamental para a economia moçambicana. Com o Incubox 2, queremos garantir que os jovens tenham as ferramentas e os recursos para transformar ideias em negócios sustentáveis”, afirmou Rui Amaral, gestor do programa.
GAPI poderá entrar na Bolsa de Valores
Uma das grandes novidades anunciadas foi a possibilidade de entrada da GAPI na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM). Segundo Rafael Uaiene, a instituição já tem resultados financeiros positivos e poderá dar este passo para atrair mais investimento e reforçar a sua base de capital.
“Temos um plano estratégico que inclui a abertura de capital da GAPI. Durante estes anos, demonstrámos capacidade operacional e boa governança, factores essenciais para quem quer investir na nossa missão de inclusão financeira”, destacou Uaiene.
Governo reafirma apoio à missão da GAPI
O Presidente da República, Daniel Chapo, reafirmou o compromisso do Governo moçambicano com a GAPI, destacando a importância da instituição no crescimento do sector produtivo. Durante a cerimónia, Chapo sublinhou que o Estado continuará a apoiar iniciativas que promovam o financiamento acessível e a formalização de negócios.
O representante do sector privado, Lourenço do Rosário, reforçou que, apesar da sua estrutura accionista maioritariamente privada (91%), a GAPI precisa de mais apoio público para continuar a operar como banco de desenvolvimento. “A GAPI não pode intervir sem capitais públicos ou subsídios do Estado. O acesso ao financiamento continua a ter custos elevados, e o apoio do Governo será essencial para viabilizar o crescimento da instituição”, alertou.
Um futuro promissor para a GAPI
A GAPI entra numa nova fase com desafios claros: expandir o financiamento, reforçar a inclusão financeira, apoiar a formalização da economia e impulsionar a inovação digital. A aposta no Incubox 2 e a possibilidade de entrada na Bolsa de Valores são sinais de que a instituição está a adaptar-se às exigências do mercado e a criar novas oportunidades para os empresários moçambicanos.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A continuidade do apoio do Estado e a captação de novos investimentos serão decisivos para que a GAPI possa consolidar o seu papel como um dos principais motores do financiamento empresarial e do crescimento económico em Moçambique.
Fonte: O Económico