Resposta à crise económica: Governo aponta resultados e projecções para os desafios do poder de compra e crescimento económico

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No decurso da sessão plenária de informação do Governo à Assembleia da República, o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Cripton Valá, detalhou os progressos alcançados nos primeiros 100 dias do novo ciclo governativo, sublinhou os desafios económicos e apresentou medidas em curso para conter a degradação do poder de compra da população, impulsionar a produção e promover o desenvolvimento endógeno.

Primeiros 100 dias: metas, resultados e monitoria apertada

No início da intervenção, o Ministro recordou a aprovação, em Fevereiro, do Plano dos Primeiros 100 Dias de Governação 2025–2029, composto por 77 acções monitoradas por 96 indicadores. Entre os avanços destacados estão:

Segundo o Ministro, estas acções foram executadas num contexto de forte contenção orçamental, com base em fontes diversificadas de financiamento, e sujeitas a um plano de monitoria quinzenal que assegura a execução rigorosa do programa.

Desaceleração do crescimento e cenário conservador para 2025

O discurso abordou também o desempenho da economia. Segundo Salim Valá, embora os anos de 2022 e 2023 tenham registado um crescimento robusto (4,4% e 5,4%, respectivamente), impulsionado pelo gás natural liquefeito (GNL), o ano de 2024 registou uma quebra acentuada, com o crescimento fixado em 1,85%, muito aquém da meta de 5,5%. Entre os factores apontados:

Para 2025, o Governo estima um crescimento de 2,9%, num cenário moderadamente conservador. A inflação deverá manter-se entre 4,5% e 5,5% no horizonte até 2027, sustentada por políticas monetárias prudentes e isenções fiscais sobre bens essenciais.

Medidas contra a degradação do poder de compra

Para enfrentar o impacto da inflação sobre o consumo das famílias, o Governo reforçou medidas de estabilização económica, incluindo:

Está ainda em discussão a revogação da isenção do IVA para o óleo, açúcar e sabão, proposta que visa reforçar a receita fiscal, sem negligenciar o apoio às camadas mais vulneráveis.

Transformação estrutural e crescimento inclusivo

Salim Valá reiterou que a solução de médio e longo prazo passa por elevar a produção e a produtividade, especialmente nos sectores com maior capacidade de absorção de mão-de-obra:

O Governo propõe-se potenciar os pequenos produtores com acesso a insumos, tecnologia e mercados, e promover o processamento local de matérias-primas, através de incubadoras, parques industriais e tecnológicos. Paralelamente, continuará a investir em infra-estruturas integradas e resilientes, com prioridade para saúde, educação e logística de apoio à produção.

Estabilidade política e desenvolvimento económico como pilares

A terminar, o Ministro sublinhou a importância da paz, estabilidade macroeconómica e coesão institucional como pré-condições para a transformação do país. A estratégia de governação assenta num processo faseado, com enfoque nos dois primeiros anos na estabilização e preparação de condições para a retoma da economia e melhoria da prestação dos serviços públicos.

“Queremos simultaneamente dinamizar a economia muito dominada pelas Micro – PME’s, elevar o rendimento das famílias e fortalecer o capital humano e as instituições”, afirmou.

Fonte: O Económico

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