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Três anos após a suspensão abrupta provocada pela insurgência armada em Palma, a petrolífera francesa TotalEnergies iniciou os preparativos para a retoma do mega-projecto de gás natural liquefeito (GNL) em Cabo Delgado. A reactivação do Mozambique LNG, orçado em cerca de 20 mil milhões de dólares, poderá reconfigurar o papel de Moçambique no mercado global de energia.
Segundo informações avançadas pela agência Bloomberg, a TotalEnergies emitiu recentemente uma carta com um “aviso de retoma de actividades no local” (notice to proceed) dirigida a empreiteiros, incluindo a construtora portuguesa Mota-Engil SGPS SA, que, em consórcio com o grupo belga Besix, detém um contrato de 365 milhões de dólares para construção de infra-estruturas marítimas no projecto.
Fontes ligadas ao processo revelaram, sob anonimato, que diversas empresas já iniciaram passos preliminares, nomeadamente a mobilização de recursos para o local do projecto. Um representante da TotalEnergies, contudo, recusou-se a comentar formalmente o avanço.
O Presidente da República, Daniel Chapo, referiu esta semana que o Estado e o sector privado deverão cooperar para assegurar as condições de segurança indispensáveis à retoma sustentável do projecto. A protecção dos empreiteiros e das instalações, bem como o reforço da confiança junto dos investidores, são agora prioridades assumidas ao mais alto nível.
Importância Estratégica e Potencial de Produção
O Mozambique LNG é um dos maiores investimentos alguma vez realizados em África no sector energético. Decorre da descoberta, na Bacia do Rovuma, de mais de 65 biliões de pés cúbicos de gás natural, que levou à decisão final de investimento em 2019.
O projecto compreende a construção de duas unidades de liquefacção na Península de Afungi, com potencial de expansão até 43 milhões de toneladas anuais de GNL, colocando Moçambique entre os principais exportadores mundiais desta fonte energética estratégica.
O reinício das actividades marca um ponto de viragem, não apenas para o sector energético moçambicano, mas para a economia nacional como um todo, ao potencialmente gerar receitas significativas, criação de emprego e desenvolvimento de infra-estruturas.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A retoma do Mozambique LNG poderá reforçar o papel de Moçambique no fornecimento global de GNL num contexto de crescente procura por alternativas energéticas seguras e diversificadas. O desafio imediato será garantir a estabilidade em Cabo Delgado, essencial para que os avanços técnicos e comerciais se consolidem com impacto real no desenvolvimento económico do país.
Fonte: O Económico
