O preço do ouro recuperou ligeiramente esta quarta-feira, mas continua pressionado por um dólar forte e pela expectativa em torno das decisões da Reserva Federal norte-americana. O mercado aguarda sinais do simpósio de Jackson Hole, evento que poderá definir o rumo da política monetária dos EUA nos próximos meses.
Segundo dados de mercado, o ouro subiu 0,2% para 3.321,33 dólares por onça, após ter atingido o nível mais baixo desde 1 de Agosto. Os futuros do ouro para entrega em Dezembro avançaram igualmente 0,2%, fixando-se em 3.364,20 dólares.
O foco dos investidores está agora voltado para o simpósio de Jackson Hole, em Wyoming, onde o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, deverá dar novas indicações sobre a evolução das taxas de juro. Também são aguardadas as minutas da reunião de Julho da Fed, que poderão oferecer pistas adicionais sobre a estratégia de combate à inflação.
De acordo com Han Tan, analista-chefe da plataforma Nemo.Money, “o ouro deve continuar num intervalo lateral até que a Fed retome de forma concreta o ciclo de cortes das taxas de juro”. A resiliência do dólar tem sido um factor central a limitar o potencial de valorização do metal precioso.
No contexto geopolítico, o Presidente dos EUA, Donald Trump, afastou a possibilidade de envio de tropas terrestres para a Ucrânia, mas admitiu apoio aéreo como parte de um acordo para terminar a guerra. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, considerou as negociações um passo importante e anunciou a intenção de realizar uma cimeira com Trump e Vladimir Putin.
Os outros metais preciosos registaram desempenhos divergentes: a prata caiu 1% para 36,98 dólares/onça, a platina avançou 0,4% para 1.311,05 dólares, enquanto o paládio recuou 0,8%, negociando a 1.105,98 dólares.
O mercado do ouro permanece em compasso de espera, condicionado pelas expectativas em torno da política monetária norte-americana e pelo cenário geopolítico global. A trajectória futura dependerá em grande medida da mensagem que Jerome Powell transmitirá em Jackson Hole, podendo reforçar ou atenuar a pressão sobre os metais preciosos.
Fonte: O Económico
