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Wednesday, December 3, 2025
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Petróleo Sobe Levemente com Sinais de Descompressão nas Tensões EUA–China

Resumo

Os preços do petróleo subiram ligeiramente, com o Brent a fixar-se em 63,54 dólares e o WTI em 59,71 dólares por barril, impulsionados pelo alívio nas tensões comerciais entre os EUA e a China. Esta subida reflete a disposição de retomar o diálogo económico entre as duas potências, apesar das incertezas. A OPEP+ e a Rússia planeiam aumentar gradualmente a produção, visando equilibrar o mercado sem provocar quedas bruscas nos preços. O fim da guerra em Gaza e o cessar-fogo no Médio Oriente também contribuíram para a estabilidade dos preços. Contudo, analistas alertam para a vulnerabilidade dos fluxos comerciais a perturbações, como as taxas chinesas sobre navios norte-americanos. O mercado permanece sensível ao contexto geopolítico e à evolução económica global, com o petróleo a manter-se num terreno de incerteza, mas com alguma estabilidade.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Brent fixa-se em torno de 63,5 dólares e WTI em 59,7 dólares por barril, impulsionados por perspectivas de diálogo comercial e abrandamento do risco geopolítico

Os preços do petróleo registaram uma ligeira alta esta terça-feira, 14 de Outubro, reflectindo um alívio nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, após sinais de reaproximação diplomática entre as duas maiores economias do mundo. O Brent fixou-se em 63,54 dólares por barril, e o WTI em 59,71 dólares, numa valorização de cerca de 0,4% em relação ao fecho anterior.

De acordo com a Reuters, a valorização moderada do crude resulta da disposição manifestada por Washington e Pequim em retomar o diálogo económico, depois das trocas de ameaças sobre tarifas e controlo de exportações tecnológicas. O Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, confirmou que o Presidente Donald Trump mantém a intenção de reunir com Xi Jinping na Coreia do Sul ainda este mês.

Apesar do ligeiro otimismo, as tensões comerciais permanecem como pano de fundo. Pequim ampliou recentemente as restrições à exportação de terras-raras, enquanto Trump reiterou a aplicação de tarifas de 100% sobre produtos chineses a partir de 1 de Novembro. “O mercado está a reagir ao tom mais conciliador de ambos os lados, mas ainda sem fundamentos sólidos para uma inversão de tendência”, observou o Saxo Bank em nota de mercado.

No plano da oferta global, a OPEP+ e aliados como a Rússia anunciaram, no seu relatório mensal, que o défice de oferta deverá encolher em 2026, à medida que o grupo procede a aumentos graduais de produção, estimados em cerca de 137.000 barris por dia. A decisão visa equilibrar o mercado sem desencadear uma nova queda de preços, depois de semanas de acentuadas perdas.

A redução do risco geopolítico também contribuiu para o alívio dos preços. O fim formal da guerra de Gaza, anunciado por Trump, e o cessar-fogo sustentado no Médio Oriente eliminaram parte do prémio de risco embutido nos contratos futuros de petróleo. Ainda assim, analistas alertam que os fluxos comerciais permanecem vulneráveis a novas perturbações, sobretudo com a imposição pela China de taxas sobre navios de bandeira norte-americana, incluindo petroleiros, o que elevou custos de frete e provocou cancelamentos de última hora.

Em termos técnicos, o Brent e o WTI continuam a oscilar dentro de um canal descendente, com resistência próxima dos 64 dólares e suporte na casa dos 58 dólares. “O movimento actual representa sobretudo uma correcção técnica”, apontam analistas da Economies.com, advertindo que a trajectória de médio prazo dependerá do ritmo de recuperação da procura global e das futuras decisões da OPEP+.

Contexto e Perspectivas

A Administração de Informação Energética (EIA) prevê que o Brent se mantenha em torno de 62 USD no quarto trimestre de 2025, descendo para 52 USD em 2026, à medida que a produção global continua a crescer e os inventários aumentam.

Embora o abrandamento das tensões EUA–China possa sustentar preços acima dos mínimos de Outubro, o excesso de oferta global e a desaceleração económica nas principais regiões consumidoras continuam a limitar qualquer trajectória de alta mais sustentada.

A médio prazo, os investidores observam com atenção as negociações entre Washington e Pequim, o nível dos stocks comerciais e a evolução do consumo energético na Ásia, factores decisivos para a estabilidade do mercado.

A sessão de 14 de Outubro marca, assim, uma pausa técnica após semanas de queda, num mercado que continua altamente sensível ao xadrez geopolítico e à evolução das economias mundiais. Entre o diálogo frágil das superpotências e o equilíbrio precário da oferta global, o petróleo mantém-se num terreno de incerteza, mas ligeiramente mais estável.

Fonte: O Económico

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