Censo 2027 Avança com Ferramentas Digitais e Nova Ambição Estatística para Mapear o Futuro de Moçambique

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O Censo Geral da População e Habitação de 2027 marcará um novo capítulo na história estatística de Moçambique: pela primeira vez, a maior operação de recolha de dados do país será executada com recurso integral a ferramentas digitais. O lançamento oficial do processo, no dia 2 de Junho de 2025, vincou a sua importância estratégica para o desenvolvimento e planificação nacional.

O evento de lançamento, realizado em Maputo, contou com intervenções do Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Cripton Valá, e da Presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE), Eliza Magaua, que sublinharam a inovação, a ambição e os desafios do V Recenseamento Geral da População e Habitação.

Segundo Valá, o Censo 2027 visa mapear com precisão quantos somos, onde estamos e como vivemos. Mais do que uma simples operação estatística, trata-se de um instrumento de soberania e modernização institucional, alinhado com os desafios de um país em crescimento demográfico acelerado.

“O Censo 2027 representa mais do que um simples levantamento de dados; é a base sobre a qual construímos políticas públicas eficazes, promovemos o desenvolvimento sustentável e garantimos que cada cidadão moçambicano seja contabilizado e ouvido”, afirmou.

A população moçambicana cresceu de 11,6 milhões em 1980 para 33,2 milhões em 2024, sendo que o Censo 2027 deverá registar cerca de 36 milhões de habitantes, com projecções de 45,8 milhões até 2044 e 60 milhões em 2050. Esta dinâmica populacional, embora represente uma janela para o dividendo demográfico, levanta sérios desafios em termos de provisão de infraestruturas, educação, saúde e emprego.

Digitalização, Inclusão e Rigor Técnico

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A digitalização do Censo arranca com a actualização cartográfica das Áreas de Enumeração, um passo essencial para identificar unidades habitacionais, infraestruturas sociais e pontos habitados com rigor. Este processo será realizado com o envolvimento directo de milhares de jovens moçambicanos, criteriosamente recrutados e capacitados para o efeito.

Para Salim Valá, esta inovação tecnológica representa mais do que eficiência operacional:

“Não é apenas um avanço técnico; é também um compromisso firme com a modernização do Estado, a inclusão da juventude e o reforço das capacidades institucionais”, frisou o governante.

Já a Presidente do INE, Eliza Magaua, salientou que a nova abordagem reduzirá erros, aumentará a velocidade do tratamento de dados e permitirá a publicação de resultados em apenas seis meses — comparativamente aos dois anos de espera em censos anteriores.

“Este recenseamento será mais dinâmico e eficiente devido ao uso das tecnologias”, afirmou Magaua.

Planeamento e Responsabilidade Nacional

O sucesso do Censo depende da mobilização coordenada de recursos financeiros, técnicos, humanos e logísticos, bem como do compromisso interinstitucional e da participação activa de todos os sectores da sociedade. O Governo pretende envolver parceiros nacionais e internacionais, o aparelho do Estado, a sociedade civil, o sector académico e os média.

“Vamos laboriosamente trabalhar para que nenhum distrito, nenhuma localidade e nenhum cidadão fique para trás”, destacou Valá.

Com um orçamento superior a 110 milhões de dólares, o Censo 2027 representa a maior operação estatística da história nacional, com um impacto directo na qualidade das políticas públicas, eficiência dos investimentos e redistribuição de oportunidades.

Mais do que um exercício técnico, o Censo 2027 é um acto de responsabilidade nacional, um instrumento de diagnóstico social e económico que permitirá ao Estado planificar com maior justiça, eficácia e visão. Ao apostar na digitalização, participação jovem e inclusão territorial, Moçambique prepara-se para mapear o futuro com dados, ciência e consciência de equidade.

Fonte: O Económico

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