A petrolífera sul-africana Sasol consolidou a sua posição como um dos maiores contribuintes fiscais em Moçambique, ao entregar 6,2 mil milhões de meticais (cerca de 92 milhões de dólares) em impostos durante 2024, segundo dados revelados pela Agência de Informação de Moçambique (AIM). O desempenho confirma a empresa como um actor central para a economia nacional e para a segurança energética do país.
Nos últimos cinco anos, a Sasol já pagou perto de 25 mil milhões de meticais (391 milhões de dólares) em impostos ao Estado moçambicano, consolidando a sua importância como parceiro estratégico de desenvolvimento. Em entrevista à AIM, o director-geral da empresa em Moçambique, Ovídio Rodolfo, afirmou que “o cumprimento das obrigações fiscais é um compromisso central da Sasol”, referindo-se ao pagamento rigoroso do IRPC (32%), IVA (16%), royalties (5%) e IRPS.
Em 2024, a Sasol Petroleum Temane foi classificada como o terceiro maior contribuinte em IRPC, depois de ter recebido distinções em 2023 como maior contribuinte de IRPC e pela maior contribuição global no exercício económico.
O futuro aponta para um aumento das receitas, com a entrada em produção do Projecto do Acordo de Partilha de Produção (PSA) no final de 2025. O empreendimento, avaliado em 760 milhões de dólares, irá produzir gás natural, petróleo leve e gás de petróleo liquefeito (GPL), destinando entre 60% e 65% da produção ao mercado interno — uma mudança estrutural face aos 20% a 25% actualmente consumidos localmente.
A Sasol já abastece cinco centrais termoeléctricas a gás em Moçambique, responsáveis por uma capacidade instalada de 450 megawatts, reforçando o papel da empresa na matriz energética nacional. Em paralelo, a companhia quase triplicou as compras a fornecedores moçambicanos em cinco anos, passando de 16,5 milhões de dólares em 2019 para 37 milhões em 2024, com especial impacto na província de Inhambane, onde os gastos cresceram cinco vezes, atingindo 13,2 milhões de dólares.
“Estamos a investir em Moçambique há mais de 20 anos, mesmo em contextos de instabilidade, porque acreditamos no potencial do país. Hoje, estamos a criar um mercado interno para o gás natural e a preparar oportunidades para os jovens e empresas locais”, destacou Rodolfo.
Além da dimensão económica, a Sasol reforça a sua actuação social através de programas de geração de renda, investimentos em educação e iniciativas comunitárias. Segundo o director-geral, estes projectos “viraram a página” na relação com as populações locais, consolidando a imagem da empresa como um parceiro de desenvolvimento.
Com planos de expansão a jusante e contributo para a transição energética, a Sasol reafirma a sua posição como actor-chave não apenas no sector extractivo, mas também na construção de um futuro energético sustentável em Moçambique.
Fonte: O Económico






