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Saturday, December 13, 2025
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Energia Limpa Domina Nova Capacidade Global, Mas a Transição Enfrenta Obstáculos Estruturais

Resumo

Mais de 90% da nova capacidade elétrica instalada em 2024 provém de fontes renováveis, mas o consumo de combustíveis fósseis continua a aumentar, pressionando as redes elétricas e a falta de financiamento em mercados emergentes. Apesar do crescimento da energia limpa, a transição energética enfrenta desafios estruturais, como o rápido aumento da procura, a expansão lenta das redes elétricas e a falta de financiamento em economias emergentes. Em 2024, a maioria da capacidade elétrica adicionada globalmente veio de fontes renováveis, com destaque para a energia solar. No entanto, o consumo de combustíveis fósseis continua a crescer, refletindo um desfasamento entre a expansão das energias renováveis e a procura energética crescente. A procura global de energia está a aumentar, pressionando os sistemas elétricos, impulsionada pela urbanização, industrialização, transporte elétrico e centros de dados. O investimento em energia limpa supera o investimento em combustíveis fósseis.

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p style="margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial">Mais de 90% da nova capacidade eléctrica instalada em 2024 veio de fontes renováveis, mas o consumo crescente de combustíveis fósseis, a pressão sobre redes eléctricas e a falta de financiamento para mercados emergentes continuam a travar o ritmo da descarbonização.

A energia limpa continua a avançar a um ritmo sem precedentes, liderando a expansão da capacidade eléctrica global e superando, há mais de uma década, o investimento em combustíveis fósseis. Mas o relatório The State of Clean Energy, in 10 Charts mostra que, apesar dos progressos, a transição energética enfrenta desafios estruturais profundos: crescimento acelerado da procura, lentidão na expansão das redes eléctricas, insuficiência de financiamento para economias emergentes e tensões geopolíticas que ameaçam o ritmo da descarbonização. 

Energia Limpa Lidera Nova Capacidade, Mas Consumo de Fósseis Mantém-se Elevado

Em 2024, mais de 90% da capacidade eléctrica adicionada globalmente veio de fontes renováveis — solar, eólica, hídrica e geotérmica. A energia fotovoltaica continua a ser o motor da transição. Contudo, o mundo continua a queimar volumes crescentes de combustíveis fósseis, num paradoxo que revela o desfasamento entre o ritmo da expansão renovável e a crescente procura energética. 

Procura Global Aumenta e Pressiona Sistemas Eléctricos

A procura energética global cresceu 2,2% em 2024, acima da média da década anterior, e a procura eléctrica deverá aumentar 4,5% em 2025, impulsionada por urbanização, industrialização, expansão de transporte eléctrico e, sobretudo, pela explosão de centros de dados — em particular nos Estados Unidos. A tendência deverá manter-se até 2030, com um crescimento anual mínimo estimado de 2,8%. 

Investimento em Energia Limpa Supera Combustíveis Fósseis

O investimento global em energia atingiu USD 3,3 biliões em 2025, com USD 2,2 biliões destinados à energia limpa. Embora o crescimento anual tenha abrandado — de 17% em 2022 para 6% em 2025 —, o volume absoluto nunca foi tão elevado. Pela primeira vez, o investimento em combustíveis fósseis perde relevância estrutural, mas continua a ser alto o suficiente para atrasar a substituição total das fontes poluentes. 

Mercados Emergentes: Grande Demanda, Pouco Financiamento

O relatório expõe uma discrepância significativa: apesar de serem responsáveis pela maior parte do crescimento da procura energética, os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento receberam apenas 15% do investimento global em energia limpa em 2024.

Casos ilustrativos:

A insuficiência de financiamento nestas regiões compromete uma transição justa e eficiente.

Sector da Energia Limpa Criou Mais Emprego do Que os Combustíveis Fósseis

O sector empregava 35 milhões de pessoas em 2023, superando o emprego total da indústria fóssil. Até 2030, prevê-se a criação de mais 10 milhões de postos de trabalho no segmento da energia limpa, enquanto os combustíveis fósseis deverão perder cerca de 3 milhões.
Os principais motores de criação de emprego serão:

Mas o sector enfrenta escassez de mão-de-obra especializada — soldadores, electricistas e técnicos de construção — impondo a necessidade de requalificação sistémica.

Minerais Críticos: A Base Material da Transição

A procura por minerais críticos — cobre, lítio, cobalto e níquel — continua a crescer rapidamente. Entre 2023 e 2024, a procura de lítio aumentou quase 30%, e a de níquel, cobalto e grafite cresceu entre 6% e 8%. Se as políticas actuais se mantiverem, a procura poderá duplicar até 2030.

Apesar de a oferta global estar hoje relativamente forte, os riscos ambientais, sociais e geopolíticos permanecem elevados: desde segurança laboral até poluição hídrica, perda de biodiversidade e incertezas sobre mineração em mar profundo. 

Redes Eléctricas: O Maior Gargalo da Transição

A infra-estrutura de transmissão e distribuição tornou-se um dos principais obstáculos ao crescimento renovável. O mundo precisará duplicar o comprimento total das linhas eléctricas até 2050 — de 80 para 166 milhões de quilómetros.
Além disso:

Sem redes fortes, a produção renovável não chegará ao consumo.

Atrasos de Projectos Limitam Expansão

Os processos de licenciamento e a oposição comunitária estão entre os maiores entraves para projectos solares e eólicos. Entre 2016 e 2023, nos EUA, grande parte dos projectos cancelados deveu-se a normas urbanísticas locais e resistências sociais.
Europa, Índia e África subsaariana enfrentam problemas semelhantes. 

O relatório mostra que o futuro energético global está a ser definido por avanços rápidos, mas também por desequilíbrios profundos. A transição está em marcha — mais limpa, mais tecnológica e mais intensiva em capital —, mas só será plenamente viável se o mundo reforçar redes eléctricas, acelerar o financiamento para mercados emergentes, reduzir barreiras administrativas e investir massivamente em competências técnicas e industriais.

Fonte: O Económico

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