O CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, é citado pela agência a anunciar que financiamento dos Estados Unidos para o projecto Mozambique LNG, avaliado em 20 mil milhões de dólares, deverá ser aprovado nas próximas semanas. A empresa aguarda a reaprovação de empréstimos das agências de crédito à exportação dos EUA, Reino Unido e Países Baixos antes de levantar a declaração de força maior, em vigor desde 2021, quando o projecto foi interrompido devido à violência em Cabo Delgado.
Reaprovação do financiamento dos EUA e adiamento do projecto
O Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos (U.S. EXIM Bank) havia anteriormente aprovado um empréstimo de 4,7 mil milhões de dólares para o projecto. Contudo, a suspensão das operações em 2021 impossibilitou qualquer desembolso, sendo agora necessária uma nova aprovação.
Pouyanne indicou ainda que a conclusão do projecto foi adiada para 2029-2030, em contraste com a previsão anterior de 2027.
Financiamento britânico em risco
Enquanto os Estados Unidos avançam para a reaprovação do financiamento, há incerteza sobre o apoio britânico. O Reino Unido havia se comprometido com um montante entre 800 milhões e 1 mil milhões de dólares para o projecto. No entanto, conforme noticiado ontem pelo O.Económico, há indícios de que Londres poderá reconsiderar a sua participação.
Fontes próximas do processo indicam que as autoridades britânicas estão a avaliar se possuem base legal para se retirar, apesar de já terem assinado um contrato de financiamento. A eventual saída do Reino Unido poderá obrigar a TotalEnergies a reformular a estrutura financeira do projecto, aumentando a dependência de outros financiadores, como as agências de crédito dos Países Baixos e Japão.
Perspectivas para a retoma do projecto
A TotalEnergies já havia sinalizado que a retoma das operações depende de garantias de segurança e do restabelecimento do financiamento. Com a possível aprovação do apoio dos EUA e a indefinição britânica, o projecto avança para uma fase crítica, em que o levantamento da força maior e a renegociação dos compromissos financeiros serão determinantes para garantir a sua viabilidade.
A evolução da situação será acompanhada de perto pelo mercado, dada a importância estratégica do gás moçambicano para a transição energética global e a segurança energética da Europa.
Fonte: O Económico